sábado, 7 de novembro de 2009

O tempo e o amor




Ele dormia no ponteiro do relógio


ele, o tempo


cansado, de tanto correr


cansado, de tanto esperar


puxava a lua


soltava o sol


a primeira serena


o segundo esvaporido


e ele, o tempo,


dolorido de temporar


dormia no ponteiro do relógio




Ele dormia no ponteiro do relógio


ele, o amor


inalcansável pelos minutos


pelas horas, pelo tempo


puxado pelo olhar


solto pelo beijo


o primeiro, exato


o segundo, subjetivo


e ele, o amor,


acostumado em temporar


dormia insone no ponteiro do relógio




Para o tempo


insiste no amor


e num olhar que seja exato


e num beijo que seja subjetivo


ame eternamente


e para o tempo nesse exato minuto em que te amo pra sempre.

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